Literatura, uma forma de alegria

Posted: 05 Jul 2011 06:54 AM PDT

A questão de a literatura ser uma forma de alegria é muito próxima à questão de ser muito melhor estar próximo ao autor que a seus comentaristas, críticos e resenhistas que já abordei com base nas palavras de Jorge Luis Borges.

Pelo visto, vou citar até cansar a tal palestra de Jorge Luís Borges, como venho fazendo nos últimos dias, até que os parágrafos acabem. Até porque cada um deles vale a pena individualmente por motivos diferentes e como um todo por todos esses motivos encadeados.

Então, que seja:

Eu diria que a literatura é também uma forma da alegria. Se lemos alguma coisa com dificuldade, o autor fracassou. Por isso considero que um escritor como Joyce fracassou no essencial, porque a sua obra exige um esforço.

Um livro não deve requerer um esforço, a felicidade não deve exigir esforço. Penso que Montaigne tem razão. Enumera seguidamente os autores que lhe agradam.

E eu, aqui, tentando me dar razão ao citar seguidamente um autor que grandemente me agrada através de uma citação de um autor que grandemente me agrada.

Penso que Borges está certo. É claro que há outras modalidades de alegrias, tais quais a do esforço recompensado ou a que nos dá algo que antes não nos completava mas que, no tempo certo, nos completa. Tal pode acontecer com algum leitor da obra de Joyce. Raramente é claro.
Confesso que, a mim, não aconteceu. Na verdade, nem me arrisquei. Creio que muitos que juraram ter esse prazer, portando algum livro do irlandês sob a axila, mentiram.

Porém, é inevitável pensar novamente em quanto tempo perdi na faculdade ao ler coisas que não me animavam em ir adiante. Mas claro que foi necessário perdê-lo, esse tempo, para ter certeza de que ele foi perdido.

De maneira que, agora, só ocupo minhas poucas horas de leitura com livros que me dêem absoluto prazer.

(publicado originalmente no dia 18 de dezembro de 2006)

Do blog Livros e Afins.

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